segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

0,50 centavos de Grécia Antiga: Febo e o sabonete de meu avô.

Por Jacquelyne Queiroz

Fonte: Acervo pessoal.

Quando criança acompanhava meus avós ao mercado e sempre vi meu avô colocar vários desses sabonetes no carrinho de compras. Quando chegávamos em casa ele colocava esses sabonetes separados em uma parte de um cômoda. Toda vez que eu abria as suas gavetas saia de lá um cheiro gostoso. As gavetas de meu avô estavam cheias de 0,50 centavos de Grécia Antiga e eu não sabia.
O sabonete que meu avô tanto gosta se chamava Phebo. Mas, por que um sabonete tem esse nome?
Segundo Hesíodo, Apolo é filho de Zeus com Leto e tem como irmã gêmea a deusa Artêmis (Hes. Teogonia, v. 918-920). Nasceu na ilha de Delos, onde ficou escondido com a ajuda de Poseidon, pois Hera o perseguia louca de fúria e ciúmes. Vamos lembrar que Zeus era casado com Hera e Apolo foi fruto da traição de Zeus com outra deusa.
Apolo já crescido e não mais perseguido por Hera, detinha poder e funções. Ele era responsável pelos dias e pelas noites, pois transportava o carro com o Sol para o alto do céu e depois guardava-o atrás das montanhas. Uma vez por ano viajava com o carro do Sol para terras distantes e assim se instalava o inverno na Terra.
Como era o deus da luz ele protegia os campos, os navegantes e os artistas. Era o deus da alvorada, das profecias, do princípio do mês e do número sete (regente das revoluções lunares) (OTTO, 2006, p. 140). Também era um excelente arqueiro e o deus curador por excelência.
Os deuses gregos tinham a natureza dupla, então Apolo sendo o deus curador é o mesmo que enviava a peste (doença contagiosa) através das flechas de seu arco quando necessário. Tanto na Ilíada (Ilíada, I, 43-56) quanto na tragédia grega Édipo Rei (Sóf. Édipo Rei, v. 1-87) os gregos são punidos com uma doença enviada por Apolo, ficando pilhas e pilhas de cadáveres a espera de serem cremados.
As características de Apolo que são mais exaltadas e lembradas pela nossa cultura ocidental são: a beleza e a juventude. Apolo era o deus bonitão da Grécia antiga, sempre era retratado forte, alto, com os ombros largos, com cabelos ondulados e sem barba (o que para os gregos era sinal juventude).
A sua vida amorosa não esteve a altura de sua beleza, pois sempre se dava mal: quando Apolo se apaixonou por Cassandra essa cuspiu na cara dele (STEPHANIDES, 2000, p. 53), quando ele quis ter uma coisinha com Jacinto, o deus Éolo com ciúmes provoca um acidente com o rapaz que vem a falecer (BULFINCH, 2001, p. 83-84) e Dafne preferiu se transformar em uma árvore do que se entregar ao deus mais bonito de todos (VICTÓRIA, 2000, p. 35).
Na Ilíada o deus da beleza é chamado de “Febo Apolo” (Iliada, I, 43). Acredito que Homero acabou de responder a pergunta que fiz no início dessa postagem. Quem usa o sabonete Phebo talvez se torne parecido com o deus Apolo, pois vai ficar cheiroso, másculo, robusto, cheiroso de novo e encantador... ou pelo menos se sentir assim.
Para mim, meu avó que usa esse sabonete há anos se parece com Febo Apolo, apesar de ser magrinho e franzino. Ele se deu melhor no amor que o deus da beleza, já que está com minha avó há 54 anos.

REFERÊNCIA:

BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: história de deuses e de deusas. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
DAFNE. VICTÓRIA, Luiz A. P., Dicionário Básico de Mitologia: Grécia, Roma e Egito. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
HESÍODO. Teogonia. In: ______. Teogonia/Trabalho e os Dias. Tradução Sueli Maria Regino. São Paulo: Martin Claret, 2010.
HOMERO. Ilíada. Edição bilíngue. Tradução de Haroldo de Campos. São Paulo: Arx, 2003.
OTTO. Walter E. Teofania. São Paulo: Odysseus, 2006.
SÓFOCLES. Édipo Rei. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2006.
STEPHANIDES, Menelaos. Ilíada: A Guerra de Tróia. São Paulo: Odysseus, 2000.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

0,50 centavos de Grécia Antiga: Ájax e a Festa das Flores.

Por Jacquelyne Queiroz

          Assim como qualquer pesquisador que vive estudando, analisando e dissecando o seu tão amado e idolatrado (salve, salve) objeto de estudo, meus olhinhos aprenderam a enxergar a Antiguidade ao meu redor e  saio tirando fotos de tudo por ai. Isso não tem hora nem local para acontecer: assistindo um filme, ouvindo uma música, andando pela rua ou fazendo compras no supermercado. Isso mesmo, tive 0,50 centavos da Grécia Antiga no supermercado.
Foto: Acervo pessoal.

          Quando vi esse produto me lembrei do grande, heroico e espetacular Ájax que lutou ao lado de Odisseu na Guerra de Tróia. Depois de Aquiles, Ájax era o mais forte guerreiro acaio. Homero menciona que Ájax ultrapassava a todos em estatura e na largura dos ombros (STEPHANIDES, 2000, p. 132).
           Homero também nos conta que ao ser escolhido por sorteio para lutar contra Heitor, os troianos “sentiram nos membros correr-lhes o Medo” (traduzindo: ficaram com as pernas bambas), porque viram Ájax entrar em campo de batalha com um terrível sorriso no rosto, alternando passadas largas e firmes; suas armas brandiam e ao carregar o seu escudo ele parecia uma torre (Iliada, VII, 211-221). Quando leio esse trecho da Ilíada fico imaginando o chão tremendo com as passadas de Ájax e os troianos com a boca aberta dizendo: “Ai meu Zeus, a gente vai virar pó!”.
         A presença de Ájax provocou tanto medo que Heitor pensou em desistir da luta, porém ficou  envergonha diante de seus companheiros troianos em recuar já que foi ele quem propôs tal duelo.                 
         Agora, eu questiono ao observar a imagem acima: O que aconteceu para que o herói tão temido e considerado o melhor entre os gregos se tornar o Ájax: Festa das Flores?
         Segundo as narrativas gregas, Ájax se matou lançando o próprio gládio contra o seu ventre (Sof. Ájax, v. 891-924), mas se ele estivesse vivo entre nós e soubesse que o seu nome foi associado a um desinfetante rosa que promete o cheiro de um bouquet de flores por 12 horas, certamente ele pediria para que Zeus lançasse sobre ele um raio. Tenho certeza que ele iria preferir morrer do que conviver com essa vergonha.
         Esse produto promete ser eficiente no combate contra as bactérias. As danadas das bactérias... tão temidas em nossa sociedade. Pode ser isso então a razão (ou inspiração) para o nome desse desinfetante: porque as bactérias devem tremer de medo quando veem esse produto, assim como Heitor e os troianos tremeram de medo ao verem Ájax pronto para o combate.   

REFERÊNCIA:
HOMERO. Ilíada. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Ediouro, 2009.
SÓFOCLES. Ájax. In: ALMEIDA, Guilherme de; VIEIRA, Trajano. Três Tragédia Gregas. São Paulo: Perspectiva, 1997, p. 185-230.
STEPHANIDES, Menelaos. Ilíada: A Guerra de Tróia. São Paulo: Odysseus, 2000.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Espionagem dos Estados Unidos à Dilma.

Após assistir a reportagem abaixo, responda o seguinte questionamento em seus caderno: De que maneira podemos associar a espionagem realizada pelos Estados Unidos ao Controle Social?

Click na imagem ou click AQUI.



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Jerusalém: O berço da fé.

No documentário Jerusalém: O berço da fé (2005) podemos observar a coexistência de diversas religiões, entre elas a Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e Islâmica.
Click AQUI ou na imagem para assistir o documentário.

Os Incas

Assista o documentário abaixo e em seguida faça um pequeno resumo em seu caderno acerca da história Inca.
Click AQUI ou click na imagem para assistir o documentário.

Educação espartana.

Assista o vídeo abaixo e responda em seu caderno o seguinte questionamento: Quais são as diferenças que podemos apontar entre a educação espartana e a educação dos dias atuais?
Click AQUI ou na imagem para assistir a cena do filme.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A Vida Nobre (Marc Bloch) - Discussão.

ATIVIDADE para o III Semestre - História/ UNEB (2014.1):

Abaixo segue o capítulo do livro A Sociedade Feudal (Marc Bloch) no qual o autor faz um estudo acerca da vida e da conduta do nobre diante da guerra, de sua casa, de suas ocupações e distrações.

BLOCK, Marc. A vida nobre.In: _______. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 2009, p. 347-367.

Após a leitura deixe registrado o seu comentário acerca  dos aspetos da vida nobre na sociedade feudal.
* ATENÇÃO: A discussão estará disponível no blog Sofia e as Corujas até o dia 21/06 (Sábado).

sábado, 31 de maio de 2014

Diário de Jack: Potira conta a sua versão.

          Depois de estudar com a 6ª série (7º ano) do Ensino Fundamental II (Colégio São Jorge/2014) o assunto Expansão Ultramarina e perceber os elementos que impulsionaram os europeus a se lançarem aos mares em busca de novas terras e riquezas (a visão do vencedor), acreditei ser interessante os alunos perceberem o outro "lado da moeda" da situação; ou seja, compreender a visão do vencido, do índio que já habitava o Brasil (no caso) quando os portugueses se nomearam donos das novas terras.
            Para isso entrei em sala de aula vestida de Potira, índia branca (filha de uma indígena e um homem branco) que contou uma história muito antiga, que ela ouviu de sua bisavó. Potira contou a primeira impressão que os índios tiveram aos verem as caravelas e o medo que tiveram ao perceberem que delas saiam monstros com 4 patas, 2 braços, 2 cabeças e possuíam a altura de dois índios. O corpo desse monstro era: metade da cor dos troncos das árvores, a outra metade tinha a pele da cor da Lua e dão dura quanto uma pedra.
            Depois de Potira contar a sua versão sobre a chegada dos portugueses, os alunos começaram a fazer várias perguntas: "Você dorme onde? Por que você esta usando sapatos? Algum parente seu lutou contra os portugueses? Por que seus parentes aceitaram presentes dos portugueses? Como você escova os dentes? (meu Deus, sempre fazem essa pergunta), Você também é prima de Jack?".
          Acredito que a experiência foi bastante positiva, percebi os alunos bem interessados e atentos. Muitos fizeram registros e comparações entre a visão do vencedor (europeus) e do vencido ( indígenas), percebendo com um pouco mais de facilidade os "dois lados da moeda" dessa História.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Diário de Jack: Visita de Cassandra.

          Começamos a estudar o assunto Grécia Antiga na 5ª série (novo 6º ano) do Ensino Fundamental II (Colégio São Jorge/2014). Como estratégia para introduzirmos o novo assunto fui vestida de Cassandra.
          Cassandra é uma personagem que veio diretamente da pólis ateniense (no século V a.C). Ela afirma ser prima da professora Jack, e que, atendendo um pedido seu veio visitar as turmas para conversar um pouco sobre o seu cotidiano em Atenas.

           Cassandra pediu para que os alunos fizessem anotações e prestassem bastante atenção em suas palavras, pois Jack os lembrou que a visita de Cassandra estará presente em sua próxima avaliação. A turma ficou um pouco agitada com a novidade, por conta disso levou-se um certo tempo para que eles se acalmassem  e prestassem atenção na fala de Cassandra...

domingo, 30 de março de 2014

Contos de Charles Perrault

Estudamos em sala de aula acerca da diferenciação entre mito e lenda. Agora é a vez de vocês exercitarem um pouco do que aprenderam. Abaixo se encontra um site que servirá de norteador para a pesquisa de vocês. Boa sorte!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Múmias do Egito

Assista o vídeo abaixo e faça um resumo descrevendo como ocorria o processo de mumificação no Egito Antigo (você pode responder no blog ou em seu caderno).
Para assistir click na imagem ou click AQUI.

domingo, 2 de março de 2014

Diário de Jack: A indiana Durga e o Estranhamento Cultural

           Para iniciar o assunto Estranhamento Cultural (Sociologia) com o 1º ano do Ensino Médio (Colégio São Jorge/2014) planejei me vestir de indiana (chamada Durga) para que os alunos estranhassem o fato de estar caracterizada com elementos de outra cultura. No início temi que eles nada estranhassem, porque a cultura indiana já foi tema de novelas e seriados, temos lojas de moda indiana em Ilhéus e em Itabuna, além da realização de trabalhos que a escola promove (onde incentiva a pesquisar e apresentar também acerca da cultura indiana).
          Tudo foi além de minha expectativa. Ao atravessar o pátio da escola vestida já com a indumentária indiana, os alunos de outras turmas ficaram curiosos e agitados. Tive dificuldades para entrar na sala do 1º ano e de fazê-los se aquietar, pois alguns estavam eufóricos e outros curiosos. Mas ninguém estava indiferente a situação, pois todos estranharam o fato de estar vestida daquela maneira. Depois de entrar em sala de aula e cumprimentá-los com um "namastê", trabalhamos o assunto com base nas reações da turma e fizemos comparações com a sociedade. O meu objetivo foi fazê-los sentir o estranhamento cultural para que pudessem assimilar melhor o conceito através da personagem Durga. Acho que deu certo.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Diário de Jack: História do seu nome.

Depois de trabalhar com os alunos da 5ª série (Colégio São Jorge dos Ilhéus/2014) alguns conceitos relacionados a fontes históricas, contei a história do meu nome e do dia do meu nascimento (o que é engraçado, pois minha mãe ao ter os primeiros indícios do parto foi ao salão de beleza e somente depois de se arrumar foi ao hospital). Em seguida, pedi aos alunos que trouxessem em uma folha de ofício uma foto e um pequeno texto que contasse a história de seu nome (até porque acredito que muitos de nós nunca ao menos se perguntou: por que me chamo assim?)
 


No dia seguinte a turma estava agitada, pois todos queriam contar sobre os seus nomes. Pedi autorização para colar as suas histórias na parede. Fiz um painel simples com o material dos alunos que permitiram utilizar seu material. Li as histórias para toda a turma. A medida que lia perguntava: Essa foto é que tipo de fonte histórica? A narrativa que sua mãe te contou sobre seu nome é que tipo de fonte histórica? Se você guardar esse material e depois de muitos anos mostrar para seu filho, que tipo de fonte histórica será? E os alunos responderam prontamente cada pergunta.
A dinâmica foi simples, porém gostei do retorno que ela me proporcionou. Acredito que tal atividade pode ser aplicada (claro, com suas modificações) a qualquer série. Pois quem não gostaria de saber mais sobre seu nome e sobre sua história?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ética

Observe o diálogo da cena da novela Amor à Vida (2013) e responda as questões no blog ou em seu caderno:
1) Podemos observar a atitude do médico que negou atendimento a paciente do ponto de vista da: anomia, heteronomia ou autonomia? Por que?
2) A atitude do médico em questão foi ética? Por que?
Click na imagem ou click aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ojzI3uLPv5c


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Torneios de cavaleiros.

Após assistir os trechos do filme Coração de Cavaleiro (2001), responda no blog ou em seu caderno os seguintes questionamentos:
1) Qualquer pessoa poderia participar dos torneios de cavaleiros na Idade Média? Por que?
2) O que mais chamou a sua atenção nos torneios medievais apresentados no vídeo?

Click na imagem ou click aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vVSWGRB12OE