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domingo, 22 de março de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
0,50 centavos de Grécia Antiga: As caixas de papelão e Pandora
Por Jacquelyne Queiroz
Carol Lima (estudante do curso de graduação em História da UNEB, Campus XVIII – Eunápolis) indo para o seu trabalho, se deparou com 0,50 centavos de Grécia Antiga bem a sua frente: uma fábrica de caixas de papelão.
Pandora: fábrica de caixas de papelão em Eunápolis (Bahia) |
Quase
todo mundo acaba associando Pandora às caixas e a curiosidade em abri-las. Mas, para falarmos aqui um pouco sobre Pandora, temos que primeiro contarmos a
história de Prometeu, pois é praticamente impossível falar sobre um e não
mencionar o outro.
Prometeu (que significa pensar antes de fazer)
realizou duas ações em que tentou passar Zeus para trás. A primeira foi quando
estava à frente do sacrifício de um boi para os deuses e ao dividir a oferenda
entregou a carne boa para os mortais e os ossos com gordura para Zeus (Hes., Teogonia, v. 535-557. A segunda vez,
se deu quando Prometeu roubou de Zeus o fogo e entregou aos homens (Hes., Teogonia, v. 561-569).
Claro que Zeus se enfureceu e não iria deixar
que tal acontecimento passasse sem maiores consequências. Então, em troca do
fogo, Zeus enviara “um mal com o qual todos se alegrarão”, mas que no fundo seria
uma grande desventura (Hes., O Trabalho e
os Dias, v. 53-59).
Sob o comando de Zeus, Hefesto mistura terra e água, moldando à forma e semelhança das belas jovens deusas imortais. Ordenou à Atena que lhe ensinasse a arte da tecelagem e do bordado. À Afrodite, coube dar graciosidade, encanto e desejo. E por último encarregou Hermes de por o espírito cínico e dissimulado no peito da nova criatura. Ainda Hermes lhe atribuiu a fala e um nome: Pandora, porque todos os deuses do Olimpo haviam lhe concedido um dom (Hes., O Trabalho e os dias, v. 60-80).
Sob o comando de Zeus, Hefesto mistura terra e água, moldando à forma e semelhança das belas jovens deusas imortais. Ordenou à Atena que lhe ensinasse a arte da tecelagem e do bordado. À Afrodite, coube dar graciosidade, encanto e desejo. E por último encarregou Hermes de por o espírito cínico e dissimulado no peito da nova criatura. Ainda Hermes lhe atribuiu a fala e um nome: Pandora, porque todos os deuses do Olimpo haviam lhe concedido um dom (Hes., O Trabalho e os dias, v. 60-80).
A mulher era um ser perigoso, pois
com tais características o homem poderia ser facilmente engando pelas palavras
e beleza. Ainda em outro trecho da Teogonia, Hesíodo nos conta que a mulher só é companheira dos
homens enquanto existe luxo e que procuram fugir quando vem a pobreza (Hes., Teogonia, v. 591-593).
Zeus afirma que através da mulher
ele criou o belo mal. Nossa! Só para recapitular: as mulheres perante a
mitologia grega são mentirosas, ardilosas, teimosas, curiosas, interesseiras,
fofoqueiras e muito bonitas. Elas são a grande desgraça e maldição dos homens.
Pandora foi entregue como presente a
Epimeteu (irmão de Prometeu e seu nome significa aquele que pensa depois de
fazer). Ele muito se alegrou em receber o presente de Zeus, porém não sabia que lhe estava reservado. Epimeteu possuia em sua casa um jarro em que
guardava alguns artigos malignos de que não se utilizava. Apesar de ser
advertida para não mexer no recipiente, Pandora tomada por uma imensa curiosidade, destampa a jarra e dela saiu as pestes, as guerras, a fome, o trabalho e
outros males, só restando no fundo da jarra a Esperança (por vontade de Zeus,
caso contrário até essa tinha escapado) (Hes., Trabalho e os Dias, v. 90-99).
Em Eunápolis (Bahia) existe uma
fábrica de caixas de papelão feitas por encomenda denominada Pandora (ver
imagem acima). Adorei o nome da fábrica. Mas a tradução de alguns escritos
antigos quando falam acerca de Pandora, não mencionam a palavra caixa, mas sim o
termo jarra. Os vasos de cerâmica eram utilizados para praticamente tudo na
Grécia Antiga, a sua utilidade variava bastante, pois serviam para adornar os
ambientes, guardar alimentos e até serem usadas como urnas fúnebres. Acredito
que a imagem de Pandora passa a ser associada à caixa com mais força a partir do
Renascimento cultural, através da releitura do mito nas telas de artistas
famosos do período, pois sempre ela parece ao lado de uma caixa.
No mito de Pandora, as desgraças da humanidade
são atribuídas às mulheres. Mas, acontecimentos ruins também foram atribuídos à
curiosidade dos homens, por exemplo, a Odisseia
menciona que os marinheiros por curiosidade, abriram o saco feito de couro que o
deus Éolo entregou a Odisseu, saindo de lá uma ventania tão forte que os fez se
afastar ainda mais de seu destino, Ítaca (Odisseia,
X, 17-49). Isso influenciou diretamente no fato de Odisseu só conseguir retornar ao seu lar 10 anos depois.
Sendo caixa ou jarra, o ser humano é
tomado pela curiosidade ao se ver diante de uma. Até nos dias atuais, são
pouquíssimas as pessoas que obedecem sem hesitar ao seguinte comando: Tome essa
caixa e guarde, sem olhar o que tem dentro!
Eu reconheço que não hesitaria e na primeira
oportunidade abriria a caixa. Se eu não resisto, por que Pandora resistiria?
Por isso eu compreendo a atitude de Pandora e não a condeno mais. E você, seria
forte o suficiente e hesitaria em não abrir uma caixa que está em suas mãos? Eu respondo
essa questão parafraseando Jesus: Então, quem não tiver curiosidade que atire a
primeira pedra em Pandora.
Obs.: Se você quiser contribuir com 0,50 centavos de Grécia Antiga é só enviar uma foto para o em-mail jacquelynequeiroz@gmail.com que contamos a sua história aqui.
HESÍODO.
Teogonia: A origem dos deuses.
Tradução e notas de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995.
HESÍODO.
Trabalho e os Dias. In: ______. Teogonia/Trabalho
e os Dias. Tradução de Sueli Maria Regino. São Paulo: Martin Claret, 2010.
HOMERO.
Odisseia (Versão bilíngue). Tradução,
posfácio e notas de Trajano Vieira. São Paulo: Editora 34, 2012.
domingo, 15 de março de 2015
Diário de Jack: A chinesa Mei e o estranhamento cultural.
Acho
que vai virar tradição me vestir com elementos de outra cultura para dar início
ao assunto estranhamento cultural no 1º ano do Ensino Médio (Colégio São Jorge
dos Ilhéus). Em 2015 resolvi me vestir de chinesa. Não temi como no ano passado
os alunos não me estranharem, pois termos em nossa cidade contato com orientais
através do comércio. Ou seja, o que eu vesti poderia ser facilmente adquirido
por qualquer um em algumas lojas de Ilhéus.
O estranhamento cultural ocorreria
através surpresa, pois estaria vestida de chinesa (sem aviso prévio) e entraria
em sala de aula como se nada estivesse acontecendo. Foi fácil me caracterizar:
Uma peruca, um qipao (vestido
vermelho tradicional chinês), um guarda sol, sapatilhas pretas e leque.
Acredito que atingi meu objetivo,
pois a primeira carinha que os alunos fizeram ao me verem na porta da sala foi
de estranhamento. Claro que segundo depois vieram a euforia, as risadas e a
curiosidade.
Mei e os alunos do 1º ano A/2015.
Mei e os alunos do 1ª ano B/2015.
Expliquei
a turma que me chamava Mei e que tinha vindo diretamente da China para falar um
pouco da cultura de meu pais. O momento foi um misto de atenção, risadas (de
novo), perguntas e anotações. Nesse clima pude então com facilidade relacionar
o comportamento da turma ao estranhamento cultural sempre presente em nosso
cotidiano.
O mar de Xica da Silva
Ao analisarmos o trecho da telenovela Xica da Silva (1996) podemos perceber algum tipo de mobilidade social durante o ciclo do ouro no período colonial brasileiro? (Responda em seu caderno).
Click na Imagem ou click aqui: https://www.youtube.com/watch?v=p-M-hoMtAl8
sábado, 14 de março de 2015
Diário de Jack: Súditos recebem a visita da rainha Jacquelyne III.
Acredito
que quando falamos em sala de aula do poder dos reis e das rainhas da Europa no
século XVII tudo parece muito distante de nossa realidade. Por isso pensei em
uma forma dos alunos sentirem um pouco o peso da autoridade divina e
inquestionável dos reis. Então resolvi entrar em sala de aula utilizando alguns
elementos reais para introduzir o assunto Absolutismo.
Foi tudo muito simples: utilizei
somente uma capa vermelha, uma coroa dourada e uma vassoura. Ao entrar na sala
falei que eu me chamava Jacquelyne III do reino da Sala da Sétima Série e que
eles (os alunos) eram os meus súditos. Logo em seguida pedi que um aluno
levasse o meu material até a mesa, outro aluno segurasse a minha capa real
durante a aula e um terceiro aluno que passasse a vassoura no lugar onde eu
passaria. Todos ficaram eufóricos e queriam participar da brincadeira.
Alunos da 7ª série/8º ano do Colégio São Jorge dos Ilhéus 2015.
Maria Cristina - Varredora real (de mentirinha).
Ainda durante a aula distribui títulos de
nobreza e deleguei cargos (escrivão real e apagador de quadros real). Criei “leis
malucas” e os meus súditos me obedeceram sem contestação (apesar da quantidade
de risos que as leis provocavam). Expliquei sobre a indumentária real e o papel
de Luís XIV de ter a iniciativa em associar a sua imagem ao poder, criando elementos
do vestuário e comportamentos que facilitassem a sua identificação/distinção
enquanto rei.
O feedback foi positivo: alunos curiosos,
atentos, animados e cheios de perguntas. Gostei muito da experiência.
quinta-feira, 12 de março de 2015
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